A Origem da Tradição
Os rituais pagãos, com especial enfoque nas culturas célticas e romanas, de celebração das primeiras colheitas, e pedido pela qualidade e quantidade destas, remontam à antiguidade.
Costumavam-se observar pelo meio da Primavera, mais ou menos no actual Maio, e sempre tiveram grande implementação Popular.
Com a chegada do Cristianismo, e tendo em conta as datas das celebrações da Páscoa, acabou por em Portugal acabar por se colar à Festa da Ascenção, celebrada 39 dias depois da Páscoa. Até porque era um Feriado oficial em Portugal.
Dia da Espiga do Século XX aos dias de Hoje
No Dia da Espiga as pessoas iam pelos campo sem busca dos vários constituintes do Ramo da Espiga. No entanto com a crescente migração para as grandes cidades, e a industrialização, começou a haver cada vez mais dificuldade em cumprir este preceito por si próprio.
A isto se juntou em 1952 o fim deste Feriado Nacional. Obrigada a abdicar de alguns feriados a Igreja Católica aceitou sacrificar a Quinta Feira da Ascensão como Feriado Nacional. Muitos Concelhos no entanto, para colmatar esse facto mantiveram-no agora como feriado municipal.
Foi assim que também nasceu o negócio, muito visível em Lisboa, do Dia da Espiga. Da região Saloia, especialmente de Mafra visto manter o feriado, pessoas do campo iam para a cidade vender estes ramos a quem trabalha ou vive na capital. Hoje isso é feito pelos vendedores da etnia cigana, na sua grande maioria.
Em muitos mercados da cidade também se continua a ver as vendedoras locais com a venderem estes ramos.
O Ramo da Espiga
O grande símbolo do Dia da Espiga é o Ramo da Espiga. Tradicionalmente este é colocado em casa, atrás da porta principal, e fica lá todo o ano. Isto até ser substituído no ano seguinte por um novo ramo.
É tido no seu todo como um símbolo de prosperidade, e ao mesmo de sorte.
Consigo acarreta também algumas tradições, como a de em dias de trovoada atirar um pouco da espiga para a lareira como protecção contra os raios.
Os significados dos componentes do Ramo da Espiga:
As Espigas
As espigas devem ser sempre em número ímpar, e são a parte mais importante do ramo. Podem ser de trigo, centeio, aveia, ou qualquer outro cereal.
Representam o pão, como a base do sustento da família, e a fecundidade.
A Papoila
Com a sua cor vibrante e quente a Papoila significa neste ramo o amor, e a vida.
Sendo a parte mais garrida do ramo acaba por ser também aquele que mais se decai com o ano a passar, ao escurecer e secar.
O Malmequer
Simboliza no ramo a riqueza, e os bens terrenos. Isto pelo seu branco simbolizar a Prata, e ao mesmo tempo o amarelo simbolizar o Ouro.
A Oliveira
A Oliveira acaba por ter um duplo significado no Ramo da Espiga. Em parte significa a Paz, a o desejo pela mesma. Sendo que é um dos símbolos da Paz desde a antiguidade.
Ao mesmo tempo é o símbolo da Luz, visto do seu óleo, azeite, se encherem as lâmpadas que alumiavam as casas. Sendo que esta Luz pode ser interpretada como o sentido divido da mesma, significando a sabedoria divina.
O Alecrim
Tal como a Oliveira é uma presença constante pelo mediterrâneo. Com o seu cheiro forte e duradouro, e sendo uma planta que resiste a quase tudo, simboliza no ramo a força e a resistência.
Ao contrário da Papoila avançando no ano o seu cheiro vai-se aguentando, e a sua presença torna-se cada vez mais notada no ramo.
A Videira
A representação do vinho, tão importante para a nossa cultura e tradição, no Ramo da Espiga vem naturalmente da Videira.
Naturalmente também a associação à alegria também tão ligada ao Vinho na nossa cultura passa também por esta planta.
Estas são as plantas principais do Ramo da Espiga, sendo que tradicionalmente qualquer outra planta que surja durante a caminhada do Dia da Espiga pode ser adicionada para embelezar. No entanto reza a tradição que não falte nenhuma das acima, para não faltar o que ela representa.
retirado de https://www.mundoportugues.pt/hoje-e-dia-da-espiga/
0 comentários:
Enviar um comentário